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Foto do escritorWanderléa Trajano

É na seleção sábia das batalhas que encontramos a verdadeira força e sabedoria


A vida é repleta de encontros com pessoas que possuem visões de mundo pré-concebidas, firmemente convencidas de que estão sempre certas. Muitas vezes, somos tentados a confrontá-las, a debater com fervor na esperança de enxergar o que entendemos ser a verdade. No entanto, nem todas as batalhas merecem ser lutadas, e nem todas as discussões são dignas da nossa energia.

Confrontar indivíduos que se prendem rigidamente às suas opiniões, mesmo quando confrontados com argumentos lógicos e evidências sólidas, muitas vezes se mostram infrutíferos. O esforço investido nesse tipo de confronto não traz resultados significativos e, ao final, não serve ao propósito de beneficiar ambas as partes. Ao contrário, pode perpetuar um ambiente em que apenas um indivíduo se sente com o direito de importar suas visões sobre os demais, resultando em uma experiência desgastante e unilateral.

Aqui reside a verdadeira sabedoria: saber escolher nossas batalhas com cuidado. Nem todas as diferenças de opinião merecem uma discussão acalorada. Às vezes, a paz é mais benéfica do que provar que estamos certos. Em vez de nos envolvermos em um confronto inútil, podemos optar por respeitar a perspectiva do outro, mesmo que discordemos profundamente.

Entenda que selecionar as batalhas certas é uma arte valiosa que nos permite manter a paz, preservar relacionamentos e direcionar nossa energia para causas e discussões que realmente importam. Aprender a deixar passar algumas diferenças de opinião não é sinal de fraqueza, mas de inteligência emocional e respeito pela diversidade de pensamentos. 

Essa perspectiva nos oferece uma lição valiosa, mostrando que a sabedoria não reside necessariamente no confronto, mas sim em consideração quando a paz e a sintonia com nossos valores e propósitos são mais preciosas do que a busca pela vitória em uma discussão fútil. Afinal, o mundo é diverso e complexo, e todos nós temos experiências e valores que moldam nossas visões. A capacidade de aceitar que nem sempre conseguiremos mudar a mente dos outros é um sinal de maturidade emocional. Não significa que estamos cedendo ou que nossas parcerias sejam menos importantes, mas sim que escolhemos direcionar nossa energia para onde ela realmente pode fazer a diferença.

No contexto corporativo, frequentemente nos deparamos com o desafio de lidar com pessoas que mantêm visões inflexíveis. Enfrentar indivíduos que se limitam a enxergar apenas o que lhes convém pode ser uma tarefa árdua e, muitas vezes, infrutífera. Nesse ambiente, a habilidade de um líder de valor em escolher com discernimento as batalhas a serem travadas é fundamental. Reconhecer não apenas quando uma discussão é infrutífera, mas também quando é crucial defender valores que promovam o crescimento, a criatividade e a inovação de sua equipe e organização é de suma importância.

Por outro lado, para um líder que adota esse padrão de comportamento, ou seja, que mantém firmes suas opiniões sem flexibilidade, inadvertidamente cultiva atitudes que prejudicam o crescimento, criatividade e inovação em sua equipe, o que, por sua vez, pode afetar diversos objetivos da organização. O resultado desse comportamento é o desenvolvimento de uma equipe que tende a ser omissa, regada por bajuladores que desejam agradar o líder e dizer apenas o que ele deseja ouvir. Além disso, qualquer profissional que não esteja alinhado com esses valores se sentirá deslocado, sem o devido reconhecimento por seus méritos e competência, desencorajando sua contribuição e até mesmo sendo afetado pela hostilidade, o que resultará em sua permanência limitada na equipe, incapacidade de encontrar um ambiente saudável em um contexto enfraquecido e tóxico.

Analisando uma situação diferente, quando um líder sucumbe diante de pessoas de mentalidade limitada, ele, sem intenção, fomenta comportamentos competitivos e afasta a perspectiva de construir uma equipe forte, engajada e criativa. Isso, por sua vez, exerce um impacto direto sobre as metas da organização.

Portanto, é essencial não apenas escolher as batalhas com sabedoria, mas também entender o papel que o líder de valor desempenha nesse contexto e tomar decisões antes que uma situação afete adversamente os profissionais sob nossa liderança, comprometendo tanto a qualidade de vida quanto o propósito pessoal e profissional de todos. Há valores que não devem ser negociados, e não devemos sacrificá-los em busca de benefícios desonestos que prejudicariam outros.

A mensagem final é que, como líderes, devemos escolher com discernimento quando confrontar visões estreitas e quando optar pela paz e pela manutenção dos valores essenciais. Esse equilíbrio é essencial para garantir o crescimento e a inovação da equipe e da organização, ao mesmo tempo em que mantemos a integridade e a qualidade de vida no ambiente de trabalho. O verdadeiro líder de valor compreende que nem toda batalha vale a pena lutar e que a paz, alinhada aos valores, é um objetivo valioso.

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